quinta-feira, junho 04, 2009

31 anos

Um ano passa voando, dizem. E se dizem, é porque deve ser verdade. Se bem que dizem por aí um tanto de bobagens...

Passou voando, ao mesmo tempo que passou lentamente, quase que sofrido. Paradoxal? Claro. Quando um geminiano com ascendente em gêmeos não o é?

Tento explicar. Quando penso que há um ano escrevia aquilo tudo que vocês leram nos meus trinta, chego ao lugar comum: parece que foi ontem. Agora, quando penso no que aconteceu com minha vida desde então, percebo que poderia muito bem ter feito em dez anos, não em um. Mas, como eu sou, jamais deixarei de ser. Intempestivo, inconsequente, impetuoso, intenso, inesperado, mas nem sempre inteligente.

Não estou reclamando, muito menos fazendo autocrítica. Apenas relatando meu jeito, a intensidade com que levo minha vida adiante, sem pensar ou olhar para trás. Meu egoísmo foi ludibriado pela mágica. A mágica se mostrou real, ou seja, não existe mágica, e sim ilusão. Mas uma mágica nada ilusória, grande sonho da minha vida, tornou-se fato: serei pai em breve.

Uma menina linda. A primeira mulher da minha vida, depois de minha mãe, que posso dizer com todas as letras: inquestionável. Beijei, namorei, casei com direito a lua de mel e aliança tatuada no braço, 'engravidei'. Em três meses. Faltam dois para a bela Manuela nascer e trazer luz à minha vida.

Coisas do passado, que surgem mesmo quando nós não olhamos para trás. Destino? Talvez. Não faltaram dificuldades, imagine, fazer em meses o que tantas pessoas planejam durante anos... rápido, rasteiro, tiro certeiro. Nunca subi tão alto, mas também nunca caí e me machuquei como dessa vez. Só que o motivo foi nobre, justo, e cá estou.

A maturidade existe, chega mesmo quando você não a almeja, mas aceitar as mudanças que ela traz pode ser um tanto complicado. A verdade é que tudo vem para somar, para nosso aprendizado, para que, se não pudermos evitar novas quedas, ao menos temos bagagem suficiente para colocar um colchão e nos machucar menos.

Eu teria um tanto de coisas a falar, a explicar, neste ano. Mas hoje nada me vem à cabeça a não ser ela, Manuela. Deixa o resto para depois. Daqui um ano, quem sabe, eu não esteja tão babão e possa contar mais detalhes. Só espero que isso aqui não vire um livro infantil. Porque tenho total inclinação a não ter mais vida própria, e viver a vida dela, Manuela.